segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Horario e Dia

Lendas de Pampa


 2008 de suas raízes, a força para voltar a brilhar



Novamente no grupo de Acesso, o Rio Grande do Sul foi o tema da Mocidade, que mostrou garra e determinação, num desfile marcado pelo luxo e pela originalidade... Disposta a apagar a imagem ruim do desfile de 2007, a Mocidade procurou em suas raízes e nas tradições do seu Estado a inspiraação para o carnaval virtual 2008.



E o enredo "Era Uma Vez, Nos Pampa...", falando sobre as lendas do Rio Grande do Sul, foi apresentado de forma grandiosa, com muita cor e luxo. As fantasias criativas e grandiosas, tomaram conta da passarela virtual.
As fantasias foram, realmente, o ponto alto da escola, que foi agraciada com o Troféu Clara Nunes de Melhor Conjunto de Fantasias e Melhor Fantasia, para a ala "Anhangá Pitã - Diabo Vermelho". Neste ano de 2008, o samba foi cantado por Dudu da Pimpolhos da Grande Rio.Em seu desfile de 2008, a Mocidade ficou com a 5ª colocação, naquele que pode ser considerado o Grupo de Acesso mais concorrido da história da LIESV, garantindo a última vaga ao Grupo Especial de 2009.


FICHA TÉCNICA 2008
Classificação: 5º lugar - Grupo de Acesso ↑
"Era Uma VEz, nos Pampas..."
Carnavalesco: Comissão de Carnaval e Maurício Schlusenn
Intérprete: Dudu da Pimpolhos
Compositores: João Marcos, Imperial e Rodrigo Raposa

Era uma vez
Só canta história quem tem história pra contar
Brilha a estrela de São Léo!
Que lá do céu, me faz lembrar.
A saga das missões, catequizações
Do grande Lunar
Sepé Tiarajú... "Já tem dono esse chão!"
Umbú clemente e Boitatá

JAEBÉ, JOÃO DE BARRO SE TORNOU
COM A LUZ DE SUA AMADA ENTÃO VOOU

(CHORA)
CHORA, CHORA... CHORA OBIRICI
SEU AMOR IRÁ PARTIR
E DO CHORO SE FORMOU
UM RIO SOB O BRILHO DE JACI

E na Salamanca do Jarau
Afasta o mal com encanto da paixão
Lançou na terra a miscigenação
Segredos... Escondidos nas águas vermelhas
Da dor e da ambição
Lagoa dos Barros, da Noiva encantada
Das ninfas e das fadas
Cerraação que vai chegar...
Está no ar...
Salve o Leão do Caverá
Nos caminhos do pampas eu vejo
O Negrinho do Pastoreio

MOCIDADE, MOCIDADE ÔÔ ÔÔ
BATE FORTE CORAÇÃO
SEDUÇÃO É MOCIDADE
UM LINDO ESTADO DE AMOR
MEU RIO GRANDE DE FELICIDADE

2007, o ano da perseverança


Na estréia no Grupo Especial, a queda... Após o belo desfile realizado em 2006, no Grupo de Acesso, a Mocidade estrearia no Especial com uma grande espectativa. A Comissão de Carnaval trabalhou bastante na elaboração do enredo "Os Valores do Brasil", que misturava a história da moeda brasileira, com os valores do povo do país, como a cultura, riquezas naturais, miscigenação.

Porém, por problemas internos (os diretores tiveram de assumir outros compromissos paralelos), a escola acabou por atrasar seus trabalhos. E um dos desfiles mais ricos da história da escola, acabou por água abaixo.

A Mocidade já era tida como desistente, até que dois dias antes, seu presidente conseguiu reanimar a escola. O material de desfile foi enviado completamente um dia antes do desfile.

Foi o ano da perseverança... A Mocidade entrou na avenida virtual penalizada em 15 pontos, mas com um desfile grandioso, sendo aplaudida pelo exemplo de força e garra. Além disso, foi aclamada também, pois muitos consideraram que se não fosse a penalização, a escola brigaria seriamente pelo título. Mas o certo já era previsto. Como em 2007, apenas uma escola seria rebaixada, a Mocidade retornou para o grupo de Acesso, ficando na 9ª colocaação no seu ano de estréia na elite do Carnaval Virtual.

FICHA TÉCNICA 2007
Classificação: 9º lugar - Grupo Especial ↓
"Os Valores do Brasil"
Carnavalesco: Comissão de Carnaval e Maurício Schlusenn
Intérprete: Tom Astral
Compositor: Rodrigo Raposa

Uma estória cem por cento brasileira
A pantera vem mostrar
Começou depois do descobrimento
Um troca-troca pra comercializar
Engatinhava a Pátria com nome de tinta
De "réu" em "réu" se construiu uma riqueza
E o meu povo foi ganhando seu valor
Refletindo toda sua beleza

E FOI LÁ EM SALVADOR
QUE A MOEDA DAQUI NASCEU
GENIAL
CONTRIBUINDO PRO ORGULHO NACIONAL

E quando "casa" Bonaparte se instalou em Portugal
A Famaáilia Real criou o Banco do Brasil
Depois voltou para a Europa quando tudo se acabou
Abandonando a nossa Pátria Mãe gentil!
Independência! Eis o Tesouro verdadeiro
O nosso povo brasileiro proclamou sua liberdade
Veio a República, com o Cruzeiro... Prosperidade
Com o modelo militar a vida melhorou
Os problemas num "Milagre" o país superou
Mesmo assim não deu pra segurar a inflação
O povo descontente então pediu
Diretas Já! Vamos mudar!
Porque afinal é pra frente que se anda
"Real" é o patrimônio dessa gente
Que não se cansa de pensar em ser feliz
Essa história de um tesouro brasileiro
É a riqueza verdadeira do país

TRICOLOR SOU MAIS VOCÊ
VOU TOCAR ZUEIRA NO SEU CARNAVAL
EU BOTAR PRA FERVER, VOCÊ QUE PAGOU PRA VER
A MOCIDADE, QUALIDADE ESPECIAL

2006, a surpresa e a superaação

Após um desfile com problemas e atrasos em 2005, para 2006 a Mocidade se renovou. Contratou Maurício Schlusenn, carnavalesco vitoriso no RS como seu figurinista. Marisa Trajano entrou na escola como Madrinha da Bateria e a passista princesa do carnaval paulistano, Lyllian Bragança assumiu o posto de Destaque de Honra da escola. O samba passou a ser cantado por tom Astral, famoso compositor do carnaval gaúcho.

Para 2006, a preparação foi forte e séria e a resposta veio na avenida. Com o título "Mocidad'Fest", a Mocidade Leopoldense contou a história da cerveja, fazendo um carnaval belíssimo no Grupo de Acesso, digno de Grupo Especial, além de ter o único samba nota 10 dos dois jurados no Grupo de Acesso.

A diferença plástica do carnaval 2005 para o carnaval 2006 foi clara e a escola manteve a partir de 2006, um padrão de desfiles que ficaram marcantes em todas suas apresentações.

Em 2006, a escola obteve a 3ª colocaação, garantindo vaga para o Grupo Especial de 2007.

FICHA TÉCNICA 2006

Classificação: 3º lugar - Grupo de Acesso ↑
"Mocidad'Fest"
Carnavalesco: Comissão de Carnaval e Maurício Schlusenn
Intérprete: Tom Astral
Compositor: Michel Lackzynski
Pisa Tricolor do Sul
Nessa passarela é a mais bela
Traz essa bebida milenar
Pra nossa festa popular
Das mãos dos sumérios surgiu
Com o tempo evoluiu
Chegou ao Egito, de beleza e devoção
Passou de uma a outra civilizaação
À Europa chegou
A ciência a modernizou
E o mundo ela conquistou

OI BOTA A "LOIRA" NESSA MESA
QUE HOJE EU VOU É FESTEJAR
VOU ME ACABAR!
LEOPOLDENSE EU SOU
BRINCANDO EU VOU
ESSE CARNAVAL COM MEU AMOR
Brasil
A "ceva" veio com a Família Real
Logo virou paixão nacional
Conquistando a colônia
Preste atenção!
Olha esse vício, muito cuidado aí!
Se beber, favor não dirigir
Pode acabar sendo fatal
Mas não é um mal
Cerveja é vida, é saúde, é sabor
Pegue o caneco que a hora chegou
Vem com a gente, vem se divertir
A Mocidade te chama
A festa hoje é aqui

VENHA CANTAR, DANÇAR, CURITR
É CARNAVAL!
MOCIDAD'FEST, LEVANTA O SEU ASTRAL
E FAZ A FESTA NA
FOLIA VIRTUAL

2005, o ano da estréia

Selecionada para integrar o Grupo de Acesso da LIESV no carnaval 2005, a Mocidade ergueu as mangas e foi à luta. Com o enredo "Os Cinco Elementos", a Mocidade foi a segunda escola a desfilar na primeira noite de competições do Acesso. 

Com fantasias e alegorias feitas pelos próprios dirigentes, a escola apresentou na passarela os cinco elementos (água, terra, fogo e ar -elementos naturais - e o amor - considerado pela escola como o quinto elemento, surgido do homem) e a suas relações com os seres e o futuro do planeta. 

A escola enfrentou problemas no desfile e acabou ficando na 9ª colocação, entre as 12 escolas concorrentes.


OS CINCO ELEMENTOS
O nada. Do nada, o início de tudo. O big-bang.
E Deus cria o mundo como se usasse os poderes uma vara de condão.
Criação religiosa ou científica criação?
Desse mistério, surgem os elementos que dão rítmo e emoção,
Ao povo que habita este planeta,
Cheio de magias e surpresas,
Em uma era de transformação.
Com a união dos elementos, surge a vida,
Surge o homem, que apesar de ter uma vida sofrida,
Consegue fazê-la sua fonte de prazer e dos elementos,
Fontes necessárias para sobreviver.
Elementos estes, que nos circundam com seus benefícios e também mistérios.
Um enigma que envolve mortais e imortais.
Frutos da imaginação ou fatos reais.
De lendas do folclore popular à mitologia secular.
Da utilidade do nosso dia-a-dia ao futuro próximo explorar.
Motivo de sonhos e disputas. A ambição além do olhar.
Sofrimento, morte, dor, loucura...
Neste mundo, que aos poucos, vai ficando sem cura.
Avançando além do possível,
A imprudência racional torna-se imprevisível e a profecia, realidade...
No Juízo Final, o encontro do Criador com a humanidade.
O mundo em busca do perdão e da salvação.
O homem paga por seus atos.
E de todas as suas conquistas, fica sem nada.
É o fim de quem quis dominar o mundo.
Aos poucos, o fim da vida.
Aos poucos, o fim de tudo.
FICHA TÉCNICA 2005
Classificação 2005: 9º lugar - Grupo de Acesso
"Os Cinco Elementos"
Carnavalesco: Comissão de Carnaval
Intérprete: Douglas Gularte
Samba 2005
Compositores: Arthur Macedo / Imperial / Diego Araújo / Michel Laczynski / Delezcluze / Waldecy Aguiar / Rolha de Garrafa / Zé Rixa


Oh! Divina Luz!
Que clareou a escuridão
Surgindo assim a criação
Linda Gaea, deusa maior...
Um pó no meio da imensidão
No seu ventre guarda a origem da vida
Esperança de ressurreição
Tantas lendas entre as veias encerra
Quantos te desejam, ó Mãe terra!
UM PURO AR PRA RESPIRAR
A PASSARADA A REVOAR
SOPRO DIVINO EM COMUNHÃO

COM TANTOS SONHOS RUMO À IMENSIDÃO

Da água surge o ciclo da vida
Minha alma embebecida
Tropeçou e caiu
Fonte de purificação
É milagre! É maldição!
Yemanjá (odoiá!) abre os caminhos pra Xangô
Que traz consigo a beleza e o calor
Ó Pai (meu pai) perdoai a humanidade
Que atrás de uma verdade
Acendeu o fogo da perseguição
Mas a força do amor
Superando qualquer dor
Fará a paz reinar
E um mundo bem melhor há de brotar!
(mas se não)
Mas se não cuidar...
Já dizia o Profeta
Que a fúria de cada elemento...
Faz com que a cada momento
Mesmo sem notar...
O mundo esteja a se acabar!
A MOCIDADE VAI BALANÇAR
SOU LEOPOLDENSE FORTE A CANTAR!

E DELIRANDO, VIBRA O POVO VIRTUAL

VEM DO RIO GRANDE A FORÇA DO MEU CARNAVAL


2004, nasce uma escola guerreira...

No dia 20 de Junho de 2004, era fundado o Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Mocidade Leopoldense. A escola, surgida do sonho do fundador e então presidente Édson Dutra, entraria para a LIESV com o objetivo maior de exaltar o seu Estado, Rio Grande do Sul, levando para a passarela virtual, o modo diferente dos gaúchos fazerem carnaval.


Participaram da fundação:

Édson Dutra - presidente
Douglas Gularte - vice-presidente
Eduardo Yohaness - dir. carnaval
Allana Medeiros - secretária
Veridiana da Rosa - pres. honra

Com as cores verde, preto e prata, defendidas com garra e força pela pantera negra, a Mocidade vai trilhando seu caminho no Carnaval Virtual e na LIESV. Conhecida como "Tricolor do Sul", a escola sempre desfila com garra, mostrando criatividade e ousadaia, provando para todos que no Rio Grande do Sul, também se faz carnaval. E da melhor qualidade.

"Sou tricolor, eu sou do Sul, sou Mocidade...
Eu trago paz, eu trago amor... Felicidade!"
Elisa Martins.

Tabus


TABUS

Há esse lugar interdito
Um espaço em que nada cabe
É um vale onde admito
Perder-me em meio à savana
Na atitude de uma presa
No abrigo do matagal

Há esse lugar distante
Muitos poentes além
Da visão que há adiante
Tão perdido, tão extenso
Como a planície dos pampas
Onde o gemido do vento
Enlouquece os que vão sós

Há essa floresta escura
Que desponta do cerrado
E entrar nela é um fado
Não há bênção ou perdão
Inexiste uma clareira
Onde se possa colher
A inocência da amizade
A cumplicidade de amante
Larissa , Eliza e Jeferson

O que Esta Havendo Em Pampa??


POLUIÇÃO

DESMATAMENTO

DESABITAÇÃO DOS ANIMAIS...



Elisa,Deborah,Jeferson e Larissa

Preservação do Bioma Pampa

Preservação do Bioma Pampa é debatida durante abertura do Bio UrcampImprimirE-mail
Bagé - O Bioma Pampa foi o principal tema discutido na noite de sexta-feira, na abertura da terceira edição do Bio Urcamp. O evento que reúne acadêmicos e comunidade contou com a presença de várias autoridades municipais, incluindo o prefeito de Bagé, Luís Eduardo Colombo.
 O pró-reitor de Administração da Urcamp, João Paulo Lunelli, abriu o evento afirmando que a programação já é um dos principais encontros da universidade. O deputado federal e ex-prefeito de Pelotas, Fernando Marroni, defendeu a proposta de emenda à Constituição, que inclui a região do Bioma Pampa como área de preservação nacional. Para o primeiro palestrante da noite, a terra tem uma função social, é patrimônio público e deve ser preservada por legislação específica. “Pela primeira vez a sobrevivência do planeta é ameaçada por uma de suas espécies. A Terra está gritando por socorro e ninguém se vê responsável por isso, entretanto, quando as pessoas têm que preservar uma área de sua propriedade rural, elas se sentem injustiçadas. É um pensamento que deve ser revisto.” Marroni faz questão de lembrar que não é contra o desenvolvimento nem contra a produtividade, mas que o pensamento humano deve ser envolvido pelo conceito de sustentabilidade que, em resumo, é promover o desenvolvimento atual sem comprometer as gerações futuras.
Na mesma linha, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Gustavo Martins da Silva, apontou a parte mais técnica que envolve o assunto. Para Silva, a preservação do campo nativo aliada a um manejo adequado, pode trazer uma alta produtividade para os pecuaristas: “a pecuária é muito importante para a manutenção do bioma, isso é ponto comum entre vários pesquisadores. Aliar essa vegetação natural a uma correta administração das áreas pode gerar bons retornos”, enfatiza.
Ao final foi apresentada uma releitura da peça teatral “Sonhos de uma noite de verão”, de William Shakespeare, interpretada por acadêmicos da Urcamp e coordenada pela professora Clarisse Ismério.


Elisa Martins, Larissa e Jeferson.

Flora Pampa

Flora do Pampa: conservação no Rincão Gaia mostra usos possíveis
  
A tansagem, a serralha e a parietália são ricas em sais minerais e proteína vegetal. Já a cevadilha e o trevo nativo são gramíneas excelentes para o pastoreio
  
Eliege Fante    
Brack mostra a maricá que é melífera e a madeira pode ser utilizada como lenha

Por Eliege Fante - especial para a EcoAgência
Em três trilhas, diria um “apaixonado pela natureza” - ou em três saídas ao campo, diria um biólogo - foi possível listar 50 espécies da flora nativa do Bioma Pampa. Deste total, 20 espécies eram, no mínimo, alimentícias. Este é um dos resultados da avaliação dos participantes do curso Paisagem e Sustentabilidade, que aconteceu neste fim de semana (3 e 4/09) no Rincão Gaia, em Pantano Grande. O curso foi ministrado pelo professor Paulo Brack, e a realização é da Fundação Gaia - Legado Lutzenberger.
Na natureza, a diversidade é o princípio elementar. A participação no curso sobre a flora gaúcha atendeu também a este preceito e reuniu no perfil dos inscritos diversas áreas, como da engenharia elétrica, da medicina, do jornalismo, além da biologia. Após um reforçado café da manhã e uma aproximação de conceitos como Flora, Vegetação e Biodiversidade, os participantes do curso, ao botar o pé para fora da Casa Comunal do Rincão Gaia, auxiliados pelo professor Brack, passaram a pisar, ao invés do chamado campo-sujo ou capoeirão, em um campo misto. O caraguatá é um parente da cenoura, da salsa, uma planta comestível. Dela existem ao menos três espécies no Bioma Pampa e podem ser servidas como salada.  Mas por quê mesmo sendo gaúchos e tendo sido criados em pleno Bioma Pampa desconhecemos a nossa flora?
A resposta a esta pergunta implica o apontamento das ameaças à biodiversidade dos campos sulinos que abrangem todo o estado até o Uruguai e a Argentina: a fragmentação dos habitats e a degradação e/ou conversão dos campos. No primeiro caso, segundo Brack, as espécies da flora e também da fauna poderiam ter a sua preservação assegurada a partir da criação de corredores ecológicos, de unidades de conservação e parques, por exemplo, nas propriedades rurais. “O turismo ecológico e rural também são importantes e estratégicos para manter a paisagem original do Pampa e agregar valor e renda com os produtos da biodiversidade associada”, afirma.
Em relação à conversão dos campos, verifica-se nos casos em que o agronegócio está presente com as suas lavouras de sementes transgênicas ou clonadas plantadas em extensas áreas. Assim, as ervas e os arbustos nativos passam a ser vistos como “ervas-daninhas”, um apelido que atende mais ao modelo vigente predador da natureza e concentrador de renda e riquezas do que ao interesse público de desenvolvimento social e preservação em favor do bem-estar tanto da presente geração quanto da futura. Dentre as vítimas deste sistema estão a tansagem, a serralha e a parietália, ricas em sais minerais e proteína vegetal. A cevadilha e o trevo nativo, então, são gramíneas nativas excelentes para o pastoreio, mas acabam negligenciadas, conforme o professor.
O caso da espinheira-santa ou cancorosa merece destaque. Brack explica que este arbusto espinhoso típico do Bioma Pampa teve suas substâncias patenteadas por uma empresa japonesa devido suas propriedades curativas. Por exemplo, pode ser usada visando a proteção contra gastrite e úlcera gástrica. A preferência pelo que é exótico, estrangeiro, como a sojicultura e a eucaliptocultura, possivelmente uma das consequências da colonização prolongada no país, ignora o sabor dos frutos da araçá, da pitangueira, da jurubeba, da arumbeva, do butiá, do gerivá, do camboim. Ignora também, as suas propriedades medicinais e os diversos usos possíveis com a sua madeira, como são os casos do maricá e do açoita-cavalo. Inclusive, esta flora possibilita o uso através da conservação, um valor subestimado paradoxalmente em tempos de aquecimento global e de mudanças climáticas, em que o desmatamento é duramente criticado em outros biomas do país, principalmente o amazônico, e descuidado no Pampa.
Dentre as plantas listadas tanto pelos olhares mais experientes quanto pelos menos treinados estavam 12 com características ornamentais. Podem ser arbustos como a flor de lantana, uma folhagem como a samambaia preta, uma árvore como a aroeira salso ou o espinilho. Brack destaca que, não raro, a vegetação pampeana acumula valores como esta última árvore citada que atende também a aromatização. A Fundação Gaia - Legado Lutzenberger realiza até o fim de 2011 mais cursos neste local que representa uma mostra da biodiversidade do Bioma Pampa, envolvendo a temática do desenvolvimento a partir do manejo adequado e da conservação dos campos.
Mais informações podem ser obtidas através do site http://www.fgaia.org.br/

Larissa , Elisa e Jeferson